Fala-me de amor no superlativo

Abraça-me num sorriso terno, quero-te terno num só toque, não, em todos os toques, quero ser o resquício de um beijo lento, encerrar os teus sentidos na palma da minha mão.
Sussurra-me ao ouvido aquilo que quero ouvir, fala-me de amor, de paixão, nada de banalidades, o amor não tem tempo para ser banal.
Deixa-nos estar assim, perto um do outro, a trautear a mesma canção, a inalar os mesmos sonhos, a ser aquilo que melhor sabemos ser.
Fala-me de amor no superlativo, torna-nos adjectivos, códigos linguísticos indecifráveis a quem está fora do nosso círculo perfeito, enobrece-nos em cada palavra que ofereces ao nosso amor.
Para um amor enorme como o nosso, que ocupa tão pouco espaço, apenas o espaço de dois corações a baterem compassados, não há lei das incompatibilidades.
Um presente que insiste em não se tornar passado, um amor que insiste em não abrandar a voz que anoitece, sabemos que somos felizes assim, perto um do outro, num estranho amor que se entranhou.
A vida contigo é fácil, todas a cores primárias se descobrem numa só paleta, nos teus olhos, abre esta carta que trago para ti, selada a lacre com um beijo, falo-te de amor no superlativo, despojo-me dos pequenos nadas, porque o amor não tem tempo para ser banal.

1 Responses to “Fala-me de amor no superlativo”

  1. # Blogger Sandro

    Mostras-me a banalidade de um beijo.. Um beijo não acarreta já a responsabilidade de outrora. Onde se perdeu a tradução de um beijo? Como é que deixámos que o beijo pudesse ser alterado no seu sentido, para ganhar esta forma banal com que mo dás?
    Não... Não quero mais beijos teus!
    Mostras-me a banalidade de um toque... Antes tocavas-me lasciva e humida de prazer! Agora o teu toque é cruel, e fere-me o corpo... Deixas-me feridas que não querem sarar.
    Não... Não quero mais que me toques!
    Mostras-me a banalidade com que me amas... Desde quando amor é isto? esta banalidade com que me presenteias, quando antes me tinhas como o ar que respiravas... Quando é que amar virou este quebra-cabeças sem qualquer solução? Já não nos é comum o sinónimo de amar. Para ti é banal.. Para mim é esta dor com que me deixas!
    Fala-me de amor no passado... Não quero que me ames mais!


    (Desculpa Susana)  

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