Beleza de mim

Beleza de mim, que exalta cheiro a cal, dias que passam e que nunca chegam a terminar, dias que se esquecem da inocência, dias com sabor a noite, dias que correm sem sair do mesmo sítio, o carrossel continua a girar sob o mesmo epicentro, nada muda, a pele que não amarrota e o sorriso que não engelha. Exalto amor sem amar, exalto-te a ti sem te conhecer, beleza de mim, esquecida numa arca velha, guardada debaixo de um capacho. Escuto o violino que se conduz entre graves e agudos, tropeço numa palavra que não rima, nada parece rimar, as palavras parecem-se com caracteres orientais, descodifico-me no espelho, que me reflecte, sem brilho, sem altivez, natural como uma represa que absorve as águas da chuva.
Beleza que se esconde de mim, que me foge entre os dedos, beleza que me embala, quero apenas sonhar os dias, terminá-lo com pinceladas de azul, na voz metálica do violino, quero a beleza de mim, num cheiro que exalte a cal.

...

Mikado é um jogo de mãos firmes...

Procrastinar

A procrastinação consiste em atrasar ou adiar sistematicamente a realização de actividades relevantes. Procrastinar implica deixar que as tarefas de baixa prioridade (menos importantes) antecipem as de alta prioridade (mais importantes).
A procrastinação encontra-se ligada ao conceito físico de inércia: uma massa em repouso tende a permanecer em repouso. Como tal, são necessárias mais forças para iniciar a mudança do que para a manter, o que convida ao adiamento do início das tarefas. Por sua vez, este adiamento ou evitamento, ao proporcionar uma sensação de conforto temporário, reforça a própria procrastinação, o que torna ainda mais difícil começar a agir no sentido inverso. Estamos, portanto, perante um ciclo de funcionamento que se alimenta a si próprio e que se tende a perpetuar e a alastrar cada vez mais áreas ou a assumir cada vez mais uma maior intensidade. Uma vez que se trata de um comportamento aprendido, este também pode ser desaprendido ainda que por vezes não seja muito fácil. O primeiro passo para a mudança consiste na consciencialização dos nossos processos de procrastinação.

Ups, parece que ando a procrastinar!

Amor canhoto



Fingertips, Mellancholic Ballad (For the Left Lovers)

Hoje sinto-me como o teu olhar me vê,
como manhã arrancada à madrugada,
como um sussurro tímido,
como água derramada em terra seca,

Hoje sou um pouco mais do que fui ontem!

Porque cada trampolim que me empurra,
impele-me para ti,
torna-me molécula do teu núcleo.

Porque cada sorriso teu que me agarra,
torna-me parte de ti,
epiderme do teu corpo.

Porque cada punho teu que me silencia,
amarra-me a ti,
torna-me palavra da tua voz.

Deixa-me ser um pouco em ti,
deixa-me acreditar que sou o teu infinito fim,
o toque embutido nas linhas da tua mão.
Sou o que quiseres que seja,
o segundo de um pestanejar
a queda de uma estrela cadente,
o suave toque do vento leste.

E porque sou como o teu olhar me vê,
um pouco mais do que fui ontem,
a parte que quiseres que seja em ti,
e porque sou eu que estou aqui, agora e já
ao alcance da tua mão,
ao alcance do teu beijo,
ao alcance de teu olhar,
deixa-me ser parte de ti!

Quero o verão!

Não me apetece por as havaianas de parte, tirar do roupeiro a roupa de inverno, que ocupa o triplo do espaço do que a roupa de verão, não me apetece lã, nem forro polar, nem meias ou casacos até aos pés, não me apetece chuva, ficar retida em casa a saborear a lareira que não tenho, a ver uma qualquer programação na tv que nada me diz, quero que seja verão outra vez, quero que não haja pontos finais, nem parágrafos, quero voltar a ter 8 anos e não me preocupar com mais do que jogar ao ringue, saltar ao elástico e andar de bicicleta. Agora somos todos pessoas sérias, supostamente sérias, andamos na corda bamba entre tornarmo-nos adultos e sermos eternamente adolescentes, com sonhos adolescentes, com responsabilidades adolescentes. Queria apenas que fosse verão, não quero que me enganem como crepitar da lenha ou com as castanhas assadas na rua, quero calçar as minhas havaianas, vestir o meu bikini, ir para a praia e sentir o céu azul comprimir-me o rosto e o sol abraçar-me os ombros. Não quero filas de trânsito, nem rostos cinzentos que bocejam bons dias, não me apetece o ter que fazer, o ter que ir, o tem que ser, a vida é mesmo assim, quero subir ao telhado do prédio mais alto da minha cidade, sapatear com sapatos de lantejoulas vermelhas e gritar bem alto: Quero o meu verão de volta!

Há paixões instantâneas, cozinhadas em banho maria e lume brando? Não há, então porque insistes nessas paixões!?!???

Alguém disse...

O amor é uma doença quando pensamos ver nele a nossa cura.


のぞくトム

(Voyeurs)

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