Um coração vazio de tão fechado que está



Vi-te ainda ontem, sem te querer ver, igual à primeira recordação que tenho de ti, encostado ao balcão, em que apenas havia um tu e eu num mar de gente sem rosto, em que te abordei com a toda a minha espontaneidade e tu, com o buço húmido, disseste que não dançavas mas dançamos os dois, na nossa cumplicidade. Puseste o teu sorriso na minha mão, o teu olhar rasgado entre dúvidas e certezas acolheu-me e ficamos assim, abraçados um ao outro, até nos apercebermos que afinal cada um abraçava-se a si próprio. Pedi-te vezes demais para me sonhares, mas o teu mundo fechou-se, as minhas palavras tornaram-se mudas, distanciaste-me até te ter perdido de vista.
E agora estou aqui, a escrever sobre nós, sobre um eu e um tu que se perderam, que talvez nunca se tenham chegado a encontrar, perguntam-me se já ultrapassei, sim já ultrapassei, mas é ver ali esperanças perdidas, um futuro apagado, um presente que insiste em não avançar e um coração cada vez mais vazio de tão fechado que está.

2 Responses to “Um coração vazio de tão fechado que está”

  1. # Blogger Rubim

    O comércio fecha todos os anos para balanço, corações feridos fecham para obras.

    Espero q as tuas sejam rápidas !

    1 bjo

    (q estúpida analogia... é segunda.)  

  2. # Blogger Sandro

    Não vou fazer uma analogia estúpida, porque é de sentimentos que se fala...
    Não vou dizer que, apesar de me sentir identificado com o que escreves, sei do que falas...
    Nem vou comentar sequer... Sabes que gosto muito de ti não sabes?
    Então... se e quando precisares...
    Beijo bom!  

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