Amor canhoto



Fingertips, Mellancholic Ballad (For the Left Lovers)

Hoje sinto-me como o teu olhar me vê,
como manhã arrancada à madrugada,
como um sussurro tímido,
como água derramada em terra seca,

Hoje sou um pouco mais do que fui ontem!

Porque cada trampolim que me empurra,
impele-me para ti,
torna-me molécula do teu núcleo.

Porque cada sorriso teu que me agarra,
torna-me parte de ti,
epiderme do teu corpo.

Porque cada punho teu que me silencia,
amarra-me a ti,
torna-me palavra da tua voz.

Deixa-me ser um pouco em ti,
deixa-me acreditar que sou o teu infinito fim,
o toque embutido nas linhas da tua mão.
Sou o que quiseres que seja,
o segundo de um pestanejar
a queda de uma estrela cadente,
o suave toque do vento leste.

E porque sou como o teu olhar me vê,
um pouco mais do que fui ontem,
a parte que quiseres que seja em ti,
e porque sou eu que estou aqui, agora e já
ao alcance da tua mão,
ao alcance do teu beijo,
ao alcance de teu olhar,
deixa-me ser parte de ti!

2 Responses to “Amor canhoto”

  1. # Blogger Sandro

    "Sou o que quiseres que seja..."

    Eu so quero que nunca deixes de ser quem és!

    Um beijo minha pequenina...  

  2. # Anonymous Anónimo

    Mesmo o amor espiritual de Petrarca, na sua beleza imaculada, é partícula, quando comparado à entrega total que revelas. Amar é essa agregação perfeita, em que mesmo polos opostos, desafiam a Física e unem-se em comunhão perfeita.
    Adorei!!!
    Continuação de bons posts. Cumprimentos.  

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