Restos

E quando já não houver nós,
o que farei eu com esta imensidão,
reciclo-a e transformo-a num nada?

O que serei eu sem ti?
O que seremos nós sem nós?
Uma estrela cadente,
um bocejo,
um sonho vazio,
um arrepio,
uma lágrima doce
que amarga na boca.
Seremos tudo isto
e menos ainda.

Retiro o que há de ti em mim,
seco o sal, o teu,
que ainda resta na minha pele,
escondo a luz, a tua,
que ainda resta no meu olhar,
calo a voz, a tua,
que ainda resta nas minhas palavras!

Silencio-nos,
resta-me tão pouco…
…ser o que já não sei ser sem ti!

5 Responses to “Restos”

  1. # Blogger Sandro

    Quando chegar essa altura... a de ires embora, avisa-me primeiro.
    E vou fazer como na musica do Abrunhosa, agarrar-te toda essa noite, com a noção de que amanhã já não estas aqui.

    De todos os textos que escreveste, este é o primeiro que gostava que fosse "para mim".

    E quando já não houver nós,
    eu sei o que fazer com esta imensidão,
    reciclo-a e transformo-a em TUDO!

    Adorei este poema.
    Um beijo.  

  2. # Blogger folhasdemim

    Gostei muito do que li por aqui. Betty :)  

  3. # Blogger Refúgio Lunar

    Restos, pequenos tudos, simples perguntas que fazem tão parte de nós e que nos ficam...

    Beijo  

  4. # Anonymous Anónimo

    Lindo!!!

    Mag  

  5. # Anonymous Anónimo

    a simplicidade. é comum em todas as coisas. que existem. apesar. de haver complexidade na forma de como as entendemos.

    aqui. não há lugar. a coisas complicadas. tudo é simples. nas tuas palavras.

    abraço.

    João

    os dias das noites  

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